Itabunense é o novo símbolo de mordomia e riqueza na China

Meia atacante Sammir
Arquivo/Google

Sammir nasceu em Itabuna, no sul da Bahia, e iniciou seus primeiros passos no futebol brasileiro quando se profissionalizou pelo Atlético-PR. Ele nunca teve o nome nas principais manchetes dos jornais ou defendeu grandes clubes do cenário nacional. No entanto, ganhou notoriedade ao optar por se naturalizar croata e realizar o sonho de disputar a Copa do Mundo, no ano passado. Após sete anos defendendo o Dínamo de Zagreb (CRO) e com passagem pelo Getafe (ESP) na última temporada, o meia optou por deixar a Europa e se transferir para China por um único motivo: dinheiro.

Assim que desembarcou no país asiático, Sammir - durante a apresentação - disse que estava ali porque "o contrato garantia a ele as finanças para toda vida". A partir daquele momento, sabia que estava abrindo mão da seleção croata. Em entrevista aoiG, o jogador fala que não acredita mais em convocações e revela algumas regalias no novo clube, o Jiangsu Sainty.

"Eu pensei e repensei porque a liga espanhola está entre as melhores do mundo. Mas a oferta foi realmente tentadora e, no futebol, o dinheiro é quem move tudo", explicou ele à reportagem.

De acordo com o jornal "Spotske Novosti", o brasileiro receberá 11 milhões de euros, mais de R$ 35 milhões, pelo contrato de três anos. Além das cifras astronômicas, o meia-atacante recebe tratamento especial com direito a privilégios, como passagens aéreas ilimitadas e motorista 24 horas à disposição. Tamanha ostentação, porém, pode ter custado a ele uma vaga na seleção.

"Eu pensei na seleção, mas sei que é muito difícil o treinador acompanhar o campeonato aqui da China. Disputei a Copa e realizei um dos meus sonhos. Não acredito que serei convocado mais", reconheceu.

Apesar disso, Sammir disse que não se arrepende da escolha e elogia a estrutura que tem à disposição. Solteiro, o meia mora sozinho e conta com a ajuda de uma chinesa para fazer comidas típicas do Brasil e um tradutor para resolver algumas burocracias.

"Eles (chineses) fazem de tudo para o jogador estrangeiro se sentir bem. Eu ainda não sei o tratamento que eles dão para os jogadores chineses, mas para estrangeiro é bom. A vida aqui pode ser muito boa", afirmou.

"Acho que estou adaptado. No começo foi muito tudo muito estranho, como se eu estivesse em outro mundo, em todos os sentidos. Tanto no futebol, como fora de campo também. Mas me organizei direitinho e agora está tudo legal. O clube também é muito bom e todos me receberam bem", completou.

Há apenas dois meses na China, Sammir já sofre com as cobranças. "Aqui eles não são muito pacientes. Por pagarem muito, querem o resultado já. Não dão muito tempo para a adaptação para os jogadores que vem de fora", aponta ele.

Aos 28 anos, Sammir, que teve o seu valor de mercado diminuído 40% em desde a transferência para a China, planeja em atuar no futebol brasileiro antes de se aposentar. "Pode ser que eu fique menos ou mais por aqui. Mas pretendo jogar no Brasil ainda antes do fim", concluiu. (Matéria originalmente publicada pelo portal IG)